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Silvania Faccin Colaço – IFFarroupilha / UCPEL
Resumo:
Os letramentos, vistos como práticas sociais de uso da leitura e escrita, têm oportunizado discussões interessantes na formação de professores. Na Linguística Aplicada, cada vez mais se fortalece a preocupação em analisar, na perspectiva acadêmica, como os estudantes interagem nas práticas de letramento inerentes ao seu contexto social. Em vista disso, neste artigo, enfocam-se as práticas de letramento pedagógico, com base nos
Novos Estudos de Letramento (STREET, 1995), que consideram o letramento crítico, no sentido de dar ênfase aos aspectos ideológicos da prática social. Essa visão ideológica de Street leva ao termo letramentos, no plural, como letramentos múltiplos a que o sujeito fica exposto no seu contexto social. Assim, busca-se entender os letramentos nos contextos escolares e não-escolares, a fim de refletir sobre o ensino e a aprendizagem da língua materna, a partir de eventos reais, configurando o papel do professor como um mobilizador de práticas nesse processo. Palavras-chave: práticas de letramento; domínio pedagógico; letramentos ideológicos
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O ensino, em todos os níveis, precisa olhar para as atividades realizadas pelos sujeitos tanto dentro como fora da escola, a fim de possibilitar-lhes melhores usos da linguagem, pelos textos orais e escritos que circulam em seu cotidiano. Disso emerge a preocupação com o ensino da leitura e escrita: como melhorar o desempenho dos alunos diante das diversas situações comunicativas de que participam em suas práticas sociais diárias?
Justifica-se, assim, a discussão que este artigo propõe, em relação aos processos de leitura e escrita, como atividades sociais, em que o sujeito precisa se tornar “letrado” e não só alfabetizado, para agir socialmente. Para tal, discutem-se as práticas ideológicas de letramento
(STREET, 1995), ancoradas nos Novos Estudos