MAZZUCCHELLI Resenha02

MAZZUCCHELLI, F. Os anos de chumbo: economia e política internacional no entreguerras. São Paulo: Ed. Unesp; Campinas: Facamp, 2009, cap. 1.
Renata Ricardo Carvalho Silva

Tema: A oficina do mundo e o livre-câmbio: notas sobre a ordem liberal burguesa

Este capítulo do livro problematiza sobre o período de constituição e fim da Ordem Liberal Burguesa sob a hegemonia da Inglaterra. Ao longo do texto, o autor vai apresentar este período, tendo a Inglaterra como oficina do mundo, e apontará os elementos que contribuíram para o fim desse ciclo hegemônico.
O fato é que a organização da economia e da política internacional foi liderada pela Inglaterra desde o fim das guerras napoleônicas e se deu a partir de um conjunto de fatores tais como: pioneirismo industrial, uma marinha forte, grande extensão de terras e finanças de dimensão internacional.
Todo esse desenvolvimento se deu no período chamado de Capitalismo Concorrencial que se caracterizou pela não interferência do Estado na economia, portanto o Estado Liberal era associado ao Capitalismo Concorrencial por permitir o livre mercado sem interferências nem apoios, não existindo neste momento convergência entre a política e a economia.
Assim, a Inglaterra desenvolve a sua economia a partir do que o autor chama de ciclo têxtil. Sendo a indústria têxtil responsável pelas mudanças econômicas e sociais, marcando o crescimento acelerado das áreas urbanas, devido às migrações rurais. Ao mesmo passo, a Inglaterra também detinha o controle das plantações de algodão ao sul dos EUA, o domínio dos mares, o que acaba estimulando outras indústrias: carvão, ferro, máquinas, construção civil. E por fim, possuía a capacidade de financiamento internacional para o desenvolvimento de outras nações. É neste cenário que a partir de 1830, nasce o ciclo ferroviário, como necessidade de desenvolver a mineração de carvão, que garantiria o escoamento deste e a produção de estradas de ferro, completando assim a Revolução Industrial na