Max weber e a análise do comportamento político
José Ricardo Martins
As motivações individuais, segundo Weber, permitem compreender as ações dos indivíduos, seja em relação ao poder, seja no que diz respeito à dominação. E, para o autor, a dominação “é um dos elementos mais importantes da ação social.” (WEBER,1999, p. 187) Já a dominação pela política pressupõe a existência da burocracia. A concepção de Estado moderno em si, pressupõe uma administração burocrática e isto resulta no que Weber chama de Estado Racional. E sua grande questão era: porque só no Ocidente foi possível o desenvolvimento do Estado Racional-Burocrático? Weber chega à conclusão que foi através da racionalidade jurídica. Esses são os elementos que analisaremos a seguir, seguindo suas principais obras: Ensaios de Sociologia, Economia e Sociedade, Política como Vocação e A ética protestante e o espírito do capitalismo. Além dessas obras de Weber, também faremos apelo a alguns de seus principais comentadores: Gerth & Wright Mills, Aron e Adams & Dyson.
O espírito do capitalismo
O capitalismo é um fenômeno essencialmente econômico e com história própria. Não deixa de ser um fenômeno da cidade, lugar propício da liberdade e da autonomia do tribunal que dá segurança jurídica. Para Weber, o comportamento econômico é condicionado (por exemplo, o comportamento econômico do protestante), determinado (pelas leis) e relevante (extrapola a pura ação social econômica). Há no capitalismo um espírito, ou seja, uma conduta que permeia a vida do indivíduo. E o espírito do capitalismo é a racionalidade. Da mesma forma, Weber detectou uma afinidade entre a ética protestante e o espírito do capitalismo, que é a racionalidade. Contudo, não se trata de uma relação (afinidade) de causa e efeito típica do positivismo, pois Weber não é determinista. Há afinidades eletivas – e não causa necessária - nesse processo de racionalização das coisas e da vida das pessoas. Nesta dinâmica eletiva, o autor diz