Mauá, o Imperador e o Rei
Este artigo objetiva desenvolver uma analise do filme “Mauá, o Imperador e o Rei” (1999), dirigido por Sérgio Rezende. A análise será amparada pela leitura dos capítulos 3, 4 e 5 da obra do historiador Boris Fausto, “História do Brasil”(1993), que tratam do período que norteia o filme, ou seja, o primeiro reinado, o período regencial e o segundo reinado. O filme “Mauá, o Imperador e o Rei” é uma produção nacional, ambientada no cenário do Brasil Império e narra a trajetória da figura do Barão de Mauá e sua contribuição para o desenvolvimento do nosso país, mas, principalmente, busca mostrar um pouco dos intrincados jogos de interesses que havia nos bastidores da sociedade e do governo imperial durante aquele período. Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), o Barão de Mauá, chega ao Rio de Janeiro ainda jovem e logo descobre seu talento para os negócios, assim como a ojeriza à exploração do trabalho escravo, uma combinação que será fundamental para traçar seu caráter arrojado e vanguardista. Percebe, ainda, a necessidade do desenvolvimento do potencial econômico do país, através da industrialização e modernização, segundo o modelo britânico.
Com seu perfil empreendedor e habilidade para negociação, reúne recursos e apoio para iniciar a concretização de suas ideias; resumidamente aqui, podemos citar alguns de seus principais investimentos, na indústria naval, fundições, ferrovias, fabricas, bancos, iluminação pública, cabos submarinos, telégrafo, enfim, Mauá implementou uma série de iniciativas modernizadoras para a economia nacional. A aprovação da tarifa Alves Branco, que majorou as taxas alfandegarias (1844) e a lei Euzébio de Queiroz, que em 1850 aboliu o tráfico negreiro, estimulavam esse processo de abertura de diversos setores da economia urbana.
O contexto sócio-político do país, àquela altura, era de inquietações dos setores ligados à monarquia, acerca da necessidade de se restaurar a autoridade do Estado e