Matérias do 3º ano do ensino médio
O Pré-Modernismo é um movimento literário, mas que não constitui verdadeiramente um estilo, e sim uma transição entre as tendências modernas européias e o Modernismo, a se desenrolar no Brasil com a Semana de Arte Moderna, em 1922. Portou atores com estilos levemente diferenciados, uns com raízes nos movimentos anteriores, outros rumando para mudanças drásticas. Euclides da Cunha e Monteiro Lobato foram autores que se preocuparam em mostrar o Brasil que a população não conhecia em suas obras. Augusto dos Anjos, ainda um pouco preso às vanguardas européias, injeta um cientificismo e um pessimismo pouco aplicáveis à mentalidade desse movimento; mas, como se trata apenas de um movimento de transição, este também se encaixa.
Apesar de o Pré-Modernismo não constituir uma "escola literária", apresentando individualidades muito fortes, com estilos — às vezes antagônicos — como é o caso, por exemplo, de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, podemos perceber alguns pontos comuns às principais obras pré-modernistas: Apesar de alguns conservadorismos, o caráter inovador de algumas obras, que representa uma ruptura com o passado, com o academismo; a linguagem de Augusto dos Anjos, ponteada de palavras "não-poéticas", como cuspe, vômito, escarro, vermes, era uma afronta a. poesia parnasiana ainda em vigor. Lima Barreto ironiza tanto os escritores "importantes" que utilizavam uma linguagem pomposa quanto os leitores que se deixavam impressionar: "Quanto mais incompreensível é ela (a linguagem), mais admirado é o escritor que a escreve, por todos que não lhe entenderam o escrito" (Os burundangas).
Durante o Pré-Modernismo coexistiram tendências conservadoras e renovadoras, por isso o período envolve grande diversidade de autores e gêneros, na prosa e na poesia.
Prosa: aqui destacam-se três autores: Euclides da Cunha (1866 - 1909), autor de Os Sertões, com seu estilo barroco, marcado pela interpretação cientificista dos fatos; Lima Barreto (1881 - 1922), autor