Matéria exame boticário
O mercado de beleza brasileiro é o que mais cresce no mundo. E com uma receita única, nenhuma empresa do setor cresce tanto quanto o Boticário
Lucas Amorim, de
Loja da The Beauty Box, nova rede do Boticário: venda de grifes como Calvin Klein e Lancôme, de olho no mercado de cosméticos de luxo
São Paulo - O negócio do bilionário americano William Conway é comprar e vender empresas. Chefe do fundo americano Carlyle, ele tem 157 bilhões de dólares investidos em mais de 200 empresas. Conway não chegou tão longe deixando oportunidades passar diante de seu nariz. No início de 2011, ele foi informado de que seus executivos do escritório de São Paulo estavam negociando uma parceria com uma companhia de cosméticos brasileira, o Boticário. Ao final da visita, com as portas de seu carro já abertas, puxou pelo braço Artur Grynbaum, presidente e sócio do Boticário. Parecia, para quem estava por perto, que era chegada a tão aguardada hora em que Conway faria uma oferta bilionária pela empresa paranaense. Mas ele disse: “Nunca venda essa empresa. Nem para nós, nem para ninguém”. Conway viaja o mundo à caça de oportunidades, mas é um homem de negócios pragmático. Seus investimentos valem a pena quando a empresa adquirida tem uma estratégia tímida de crescimento, ou quando está enfrentando alguma dificuldade. Este não é o caso do Boticário. Fundada em 1977 em Curitiba pelo boliviano Miguel Krigsner, a empresa é líder mundial em franquias de cosméticos. Tem mais de 3 600 lojas espalhadas pelo Brasil, e essa rede faturou 6,6 bilhões de reais em 2012 — 20% mais que no ano anterior. Mas o que deixa observadores como Conway embasbacados é a trajetória dos últimos anos. Desde 2000, o faturamento do Boticário foi multiplicado por 8. E seus donos não estão parando para celebrar. No ano passado, colocaram em prática seu mais ambicioso plano de expansão, com a criação de três marcas e o lançamento de 1 500 produtos — um recorde em 35