Matrimônio: a mais delicada e transcendente das empresa privadas
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
A experiência matrimonial estende-se ao longo de um processo que começa desde que o homem e a mulher concebem a ideia do sexo. A natureza sensível tende, a partir dali, a configurar as demandas incipientes do instinto à ideia conjugal, associando aos atos da emoção passional as confidências do sentimento afetivo. A ideia conjugal prevalece no ser pela própria reação das forças criadoras e sustentadoras da espécie.
No instante, em que se decide a sorte do futuro sentimental do casal humano, é indubitável que uma comoção sensível enleva as partes, ao colocar definitivamente a imagem querida, no lugar de honra, dentro do coração. A partir dali, o amor seguirá o curso que cada um seja capaz de lhe imprimir.
E em caso de fracasso, de quem é a culpa?
A quantidade inumerável de fatos conhecidos nos fala, com sobeja eloquência, não do fracasso do matrimônio, mas sim do fracasso daqueles que o contraem. Sem uma preparação adequada, se lançam na mais delicada e ao mesmo tempo transcendente das empresas privadas, já que a instituição do matrimônio cria deveres e obrigações que, sem estarem compreendidos em nenhum documento contratual, hão de ser cumpridos umas vezes em obediência a leis morais, outras vezes a leis ditadas pela própria consciência.
É nefasta, para a vida em comum, a incompatibilidade de caracteres, e particularmente à mulher cumpre exercer, nesses casos, a função que, sendo própria de sua natureza sensível e temperante, lhe cabe como papel, a fim de que o ritmo harmonioso da vida conjugal não sofra o ultraje da irreflexão e da violência. Colocando-se acima de toda inconveniência, ela há de saber constituir-se na companheira nobre, leal e afetiva, que, por sua capacidade de compreensão, supere o conceito limitado que comumente é atribuído à sua missão.
A maior parte dos dramas que se promovem no seio familiar é produto inequívoco das