matheus felipe de almeida balthazar
TRAMA-NARRATIVA
Para Rusen “a ciência é um modo particular de realizar” o processo de pensamento, para Freud: “uma percepção intelectual” da natureza (Freud, O mal da civilização, p. 2); uma percepção não diria criada talvez montada, ou melhor abstraída da intriga, e remodelada, materializada na narrativa. A narrativa, assim como a ciência, então o que seria? Uma maneira encontrada para organizar, sob as intenções da memória? Acomodar ideias – através da legitimidade simbólica buscada nas lembranças e documentos históricos – à lógicas, que indicam sua utilidade prática. “O homem não pensa porque a ciência existe, mas ele faz ciência porque pensa”. A memória conta, assim como os documentos, com mecanismo de comparação do raciocínio (do historiador), para acoplar as ideias simultaneamente produzidas e obtidas pelo sistema sensorial do organismo, pelo presente. E são gravadas por conta das variantes escalas de valores atribuídas por esse sistema; classificando as informações e gravando-as em organizações e funcionalidade lógicas, próprias da lembrança ou da tecelagem dialética. Os fragmentos lógicos abstraídos pela memória, ao ser acomodados, podem inferir lapsos, capazes de inferir uma reavaliação de suas