Materiais na industria aeronautica
Certamente um leitor que se interesse por aviação já terá ouvido falar de materiais compósitos (ou compostos) e de sua importância para uso aeroespacial. Derivados (em sua versão moderna) da corrida espacial, sua adoção é cada vez maior pela indústria aeronáutica, e os exemplos mais recentes são o Boeing 787 e o Airbus A380, cujos projetos estruturais incluem muitos componentes críticos feitos a partir de tais materiais. Porém a velocidade com que a adoção dos compósitos se deu pela indústria não foi como se estimava nos anos 70. Pode-se dizer que esta ocorreu de forma bem mais rápida no campo da aviação experimental e militar que na aviação comercial e executiva. Em geral, é bem difundida a ideia de que os materiais compósitos são a última palavra em tecnologia de materiais para uso aeronáutico, principalmente por reunirem duas propriedades de suma importância para o setor: baixo peso e alta resistência.
O que são materiais compósitos?
É muito provável que ao seu redor, neste momento, existam algumas estruturas feitas com materiais compósitos. Não é certo que sejam os materiais apropriados para uso aeronáutico, no entanto evocá-los como exemplo pode ser útil para introduzir o conceito. Normalmente, nossos muros, lajes, prédios e casas são feitos com vergalhões de aço mergulhados em um determinado volume (uma “matriz”) de concreto – este último, em si, uma composição de areia, cimento e água. A idéia por trás dessa técnica é a de combinar as propriedades mecânicas dos vergalhões de aço com as propriedades mecânicas do concreto e obter estruturas com propriedades mecânicas que não são simplesmente a “soma” das propriedades dos materiais constituintes, mas propriedades novas que surgem dessa combinação. É esse o princípio básico por trás do sucesso e da eficiência dos materiais compósitos. É pouco provável que o concreto armado venha um dia a ser utilizado em construções aeronáuticas, mas a ideia de um elemento de