Matematica
O professor é hoje visto como um elemento-chave do processo de ensino-aprendizagem. Sem a sua participação empenhada é impossível imaginar qualquer transformação significativa no sistema educativo, cujos problemas, de resto, não cessam de se agravar. As escolas, sujeitas ao apertado controlo do aparelho estatal, submetidas à concorrência dos mass media e debatendo-se com graves carências de meios humanos e materiais, vêem-se em grandes dificuldades para enquadrar a crescente diversidade dos alunos que têm de acolher, burocratizam-se e desumanizam-se. As dificuldades de emprego resultantes da recessão económica fazem aumentar a competição e a desmotivação entre os estudantes. Agrava-se o problema do insucesso escolar, particularmente grave na disciplina de Matemática. Todos parecem concordar: o professor tem de ser chamado a desempenhar o papel de protagonista. Não é possível modificar a escola contra ele ou apesar dele. As reformas lançadas com pressupostos ingénuos acerca da forma de reagir dos professores — os principais agentes que, ao fim e ao cabo, são chamados a pô-las em prática — não conduzem aos resultados pretendidos pelos seus promotores. A recente reforma do sistema educativo português, baseada na elaboração de um vasto “edifício jurídico” e não na responsabilização dos agentes no terreno é disso um exemplo bem significativo. Mas quem é afinal o professor? Para alguns, ele é basicamente um técnico com a função de transmitir informação e avaliar a sua aprendizagem — utilizando para isso uma variedade de meios de ensino e de diagnóstico. Para outros, ele é um actor cujas crenças e concepções determinam a forma como desempenha as suas tarefas — nem sempre de modo muito concordante com a visão dos teóricos da educação nem com a vontade das autoridades educativas. E, para outros, o professor é um