MATEMATICA E CEGOS
Heitor Antônio Gonçalves – UFSJ heitorag@ufsj.edu.br 1 – INTRODUÇÃO
A produção disponível em torno do tema proposto, principalmente em se tratando de produções brasileiras, incluindo periódicos na área de Educação Matemática, ainda é pequena. Portanto, o presente artigo tem um caráter inicial de revisão de literatura e o tema deverá ser aprofundado pela comunidade de educadores matemáticos.
Pretendemos nesse texto discutir, inicialmente, o significado do termo letramento matemático, considerando alguns aspectos importantes de caráter histórico de sua formação para logo em seguida, fazer um ensaio de demarcação conceitual. Tal escolha se deu devido a importância do tema para nossa pesquisa no curso de doutorado, a partir da qual estamos investigando, entre outros, a aprendizagem e possibilidades de utilização do conhecimento matemático ensinado na escola.
Para uma melhor fluidez das exposições, procuraremos utilizar o termo conceito1 de letramento matemático para nos referirmos ao conjunto de significados e implicações que ele possa suscitar. Em algumas circunstâncias, para uma melhor redação do texto, utilizaremos o termo definição de letramento matemático, mas que reconhecemos não ser a melhor opção.
Na constituição desse significado e mesmo para sua justificação, precisaremos lançar mão de alguns conceitos como cotidiano, linguagem matemática, conhecimento matemático e outros, que estarão sendo abordados durante o texto sem destaques específicos.
Pretendemos assim, uma discussão que provoque algumas reflexões de caráter mais geral.
Inicialmente faremos uma discussão sobre o conceito de letramento a partir dos trabalhos de Cecília Goulart e Magda Soares. Logo em seguida, buscaremos definições de letramento matemático no relatório da OECD/PISA2 e na tese de doutorado de Antônio
Pádua Machado (cf. p. 7).
1 Não discutiremos o significado da palavra conceito em suas bases