Marxismo - conceitos básicos
Capitalismo
Em seu sentido mais restrito, o capitalismo corresponde à acumulação de recursos financeiros (dinheiro) e materiais (prédios, máquinas, ferramentas) que têm sua origem e destinação na produção econômica. Essa definição, apesar de excessivamente técnica, é um dos poucos pontos de consenso entre os inúmeros intelectuais que refletiram sobre esse fenômeno ao longo dos últimos cento e cinqüenta anos.
São duas as principais correntes de interpretação do capitalismo, divergindo substancialmente quanto às suas origens e conseqüências para a sociedade. A primeira foi elaborada por Marx, para quem o capitalismo é fundamentalmente causado por condições históricas e econômicas. O capitalismo para Marx é um determinado modo de produção de mercadorias (mercadorias são objetos que têm a finalidade de serem trocados e não a de serem usados) que surge especificamente durante a Idade Moderna e que chega ao seu desenvolvimento completo com as implementações tecnológicas da Revolução Industrial. A idéia marxista de modo de produção não se restringe apenas ao âmbito econômico, mas estende-se a toda relação social estabelecida a partir da vinculação da pessoa ao trabalho.
Uma característica básica desse modo de produção é que nele os homens encarregados de despender os esforços físicos, que Marx chama de “força de trabalho”, não são os mesmos que têm a propriedade das ferramentas e das matérias-primas (posteriormente também das máquinas), denominados “meios de produção”. Esta separação proporciona outro aspecto essencial do capitalismo, que é a transformação da “força de trabalho” em uma mercadoria que, portanto, pode ser levada ao mercado e trocada livremente (basta lembrar que no modo de produção escravista, o objeto da troca é o escravo inteiro e não só a sua força, enquanto que no feudalismo praticamente não havia trocas econômicas). Assim, a sociedade capitalista estaria dividida entre uma classe