Marx, max weber e durkheim : o poder político

O contexto histórico em que se desenvolve o pensamento marxista é o dos acontecimentos revolucionários de meados do século XIX e, tomando em consideração a categoria política, introduz-nos à questão do poder político e à de noção de Estado. Além de estabelecer as bases para uma crítica à economia do tempo, torna-se indispensável para a confluência da economia política com a sociologia, com Weber e Durkheim, no fim do século. O contributo de Marx não é só teórico mas tem uma dimensão prática, ligada à sua ativa participação na vida política como dirigente e militante do movimento operário alemão e europeu. Até ao pensamento de Kant noções como “sociedade civil” e “estado” tinham o mesmo significado, eram portanto consideradas equivalentes. Será Hegel a determinar uma distinção entre as duas; no seu pensamento, a sociedade civil é uma versão primitiva e imperfeita do próprio estado, considerado síntese da vida ética dum povo. Marx retoma essa distinção mas invertendo a relação entre as definições: é na sociedade civil que tem raízes uma particular “superestrutura”, o estado, considerada como prolongamento da sociedade civil em si mesma, que não tem autonomia relativamente à sua base económica. Para Marx, o homem é essencialmente um ser social, um ser que tem necessidades e tenta satisfazê-las transformando a natureza através do trabalho. A sociedade nada mais é do que um conjunto das relações recíprocas entre os homens historicamente determinadas, definidas, em primeiro lugar, como relações de produção. A dialética marxista tem a sua base na relação entre o desenvolvimento das forças produtivas e as relações de produção, isto é, entre o desenvolvimento da divisão do trabalho e da organização da produção e as relações sociais que caraterizam uma dada formação da sociedade. Quando a livre concorrência sucedeu à organização feudal, a luta entre classes tornou-se definita pela nítida contraposição entre a burguesia e o proletariado. Podemos então afirmar que a existência