Martinelli

Quando inaugurado em 1934 o prédio tinha 27 andares, 1057 degraus, 1180 salas e apartamentos, 2133 janelas e 105 metros de altura. Sua silhueta vertical dominando a paisagem urbana do centro, na colina onde nasceu a cidade, identificava São Paulo, constituindo cartão postal obrigatório do embevecido visitante.
Como centro de atividade sociais da elite paulistana abrigavam além de escritórios e consultórios cinema, hotel, restaurante, cassino, “night-club”, salões de festas, clubes associações.
Os acabamentos eram luxuosos: pisos e escada em mármore de Carrara, portas em pinho de Riga, ferragens inglesas, tapetes raros. Recebia visitantes famosos, bastando citar o príncipe de Gales, que veio inaugurar seu cinema.
Seu esplendor foi efêmero. A partir de 1940, em meio à II Grande Guerra, diversas circunstâncias provocaram sua decadência e posterior deterioração.
A necessidade de uma intervenção oficial era há muito sentido, mas faltavam os instrumentos e a experiência para agir num edifício de 50.000m², com mais de uma centena de proprietários e outros tantos locatórios, sem limites precisos entre as áreas comuns e as privativas.
A lei municipal nº 8255, de 26 de maio de 1975, promulgada pelo Prefeito Olavo Setúbal determinou a intervenção da EMURB, equiparando-a uma obra de reurbanização. Estava lançado o desafio.
A OPERAÇÃO
Vários meses foram necessários para a evacuação do edifício, o contato e as negociações com os proprietários, os acordos e as expropriações. A maior parte da área adquirida pela EMURB, no entanto, o foi por via amigável. Após as obras será definida uma nova especificação de condomínio, de modo a sanar as irregularidades anteriormente existentes.
AS OBRAS
As obras foram efetivamente iniciadas em junho de 1977 com a desinfecção total e a retirada de centenas de caminhões de lixo acumulado nos vários andares e áreas do prédio. Trabalhos de extrema paciência e delicadeza foram executados, como a classificação, desmontagem, limpeza e