Martim Codax
Literatura medieval
3º Grau em Português
Martim Codax, B 1281/V 887/R 4
Ai Deus, se sab'ora meu amigo com' eu senheira estou em Vigo!
E vou namorada!
Ai Deus, se sab'ora meu amado com' eu em Vigo senheira manho!
E vou namorada!
Com' eu senheira estou em Vigo, e nulhas gardas nom ei comigo!
E vou namorada!
Com' eu em Vigo senheira manho, e nulhas gardas migo nom trago!
E vou namorada!
E nulhas gardas nom ei comigo, ergas meus olhos que choram migo!
E vou namorada!
E nulhas gardas migo nom trago, ergas meus olhos que choram ambos!
E vou namorada!
Martim Codax foi possivelmente um trovador galego, concretamente de Vigo, pelas referências que se têm de ele. Pertence ao século XIII e começos do XIV e não existem muitos dados acerca dele. Ele escreveu cantigas na maioria, e as mais importantes são as sete que escreveu e que encontramos nos cancioneiros de cantigas galego-portuguesas e no pergaminho de Vindel.
Este pergaminho foi copiado no século XIII e contém as cantigas deste escritor. O descobrimento dele foi graças ao comerciante de livros Pedro Vindel, quem encontrou-o na livraria no ano 1914 e que guarda no seu interior um exemplar do livro “De officiis” de Cicerone. O pergaminho desapareceu ao pouco tempo de ser descoberto, e pensava-se que se tinha perdido. Mas não foi assim porque o tinha comprado um músico muito importante da altura, quem o guardou numa biblioteca da cidade de Upsala, na Suécia.
O pergaminho foi escrito em tinta preta com os pentagramas em vermelho e o nome do trovador aparece na parte superior dele. Contém as sete cantigas de Martim Codax, seis delas com anotação musical, e eram conhecidas por fazer parte da lírica galego-portuguesa e as únicas que se têm conservado, junto às do trovador Dom Dinis. O descobrimento deste pergaminho faz pensar que existiram as folhas que eram entregadas aos trovadores para serem interpretadas por eles.
Trata-se duma cantiga de amigo, na qual uma rapariga fala do amor que