Marta
O “Auto da Barca do Inferno” é uma sátira escrita por Gil Vicente, onde está presente uma crítica social, na qual estão representados os grupos sociais, os desejos e os problemas da fase. Esta crítica é feita com o objetivo refletir e corrigir os comportamentos, denunciando-os e satirizando-os, obrigando o público a refletir. Aplica-se a este auto o lema ridendo castigat mores (a rir, corrigem-se os costumes).
Toda a ação desta obra decorre num cais, onde se encontram duas barcas, a Infernal (e por isso pertencente a um Diabo) e a do Paraíso (que pertencente a um Anjo). O Anjo e o Diabo, personagens alegóricas que representam o bem e o mal, respetivamente, estão em cena desde o início da peça. O Anjo é discreto e moderado, recusando-se a falar com algumas das almas pecadoras. O Diabo, por sua vez, é animado e caracteriza-se pela sua ironia. Durante o auto vão surgindo diversas personagens – o Fidalgo D. Anrique, o Onzeneiro, o Parvo Joanne, o Sapateiro João Antão, o Frade Frei Babriel, a Alcoviteira, Brízida Vaz, o Judeu Semah Fará, o Corregedor, o Procurador, Enforcado e os Quatro Cavaleiro – e também figurantes – um pajem que acompanha o Fidalgo, a rapariga que chega juntamente com o Frade, as raparigas que pertencem a Brízida Vaz e o bode que chega com o Judeu. Todas as personagens vão sendo castigadas ou valorizadas por aquilo que fizeram em vida. Aqueles que pecam embarcarão no batel infernal, por outro lado, os não pecadores prosseguirão a sua viagem até ao Paraíso.
Os destinados ao Inferno, tentam justificar a sua entrada no Paraíso, com argumentos vulgares, indo apenas para o Paraíso Joanne e os Quatro Cavaleiros.
Marta Alves Gomes nº 15 9ºA