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A relação entre a mídia e o Ministério Público A mídia é o porta-voz do sistema, sendo por muitos considerada o principal canal de comunicação entre o Ministério Público e a sociedade. Ela consegue ter acesso a informações que correm no judiciário, mesmo aquelas que deveriam estar correndo em sigilo. O problema, entretanto, não está em ser o emissor da comunicação entre MP e sociedade, mas sim a forma como esta ocorre. O primeiro, já citado, é quando ela veicula informações que deveriam, até o então momento, estarem em segredo, seja por motivações éticas ou para que não se atrapalhe o andamento das investigações. Nesse caso a imprensa consegue tais informações a partir de policiais, promotores de justiça, advogados e magistrados que possuam interesses concretos na divulgação das mesmas. Outra questão concerne a gana inerente dos veículos midiáticos em investigar a partir de seus próprios meios os casos. Isso tem desdobramentos terríveis, uma vez que fere a autonomia investigativa que infere ao Ministério Público, podendo alterar o curso das investigações. Além disso, a mídia tem domínio sobre uma área que o Ministério Público, mesmo com toda sua supremacia institucional perante a primeira, não tem: a opinião pública. Esse poder exercido sobre a mesma faz com que afete-se diversos problemas que deveriam remeter somente ao âmbito jurídico. Um exemplo é a questão da pena. Casos de grande repercussão na imprensa levam o magistrado a aplicar sanções penais exageradas. Junto a isso deve-se reiterar que não existe( pelo menos não dentre os mais fortes) veículo de comunicação imparcial. A imprensa se comporta a partir de interesses distintos. Ela divulga aquilo que a convém e que não vai contra seus princípios ideológicos. Além disso, ela leva em consideração a questão da rentabilidade. Aquilo que lhe vai propiciar boas vendas ou a possibilidade de angariar um maior número de anunciantes.