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M a r i a n a N a s c i m e n t o B i s p o
H u g o R o d o l f o L o v i s o l o
Os jogos olímpicos são um megaevento nos quais diversas nacionalidades se encontram e convivem em uma determinada cidade por um período de, pelo menos, duas semanas. Bourdieu (1997, p. 123) ressalta que há em torno desses jogos duas dimensões: uma real, por nós percebida, que é composta pelos confrontos entre atletas e pelas premiações e rituais do evento; e uma segunda, que ele afirma ser o lado midiático, ou seja, o conjunto das representações linguísticas e imagéticas do espetáculo, que é filmado e divulgado das mais diversas maneiras.
As duas dimensões salientadas por Bourdieu não parecem ser de fácil distinção para o receptor das transmissões e podem dar lugar ao entendimento de uma olimpíada real (ou essencial) e outra midiática. A maioria de nós assiste àquilo que é mediado, sobretudo, pela transmissão ao vivo da televisão, o que implica tanto os pontos de vista das câmeras, quanto os comentários de jornalistas, atletas e especialistas sobre os momentos do evento e, também, sobre antecedentes históricos, significados da prova e até da trajetória e vida dos atletas. A distinção de Bourdieu parece implicar um sociólogo platônico capaz de distinguir, no caso na tela da televisão, entre o real e as imagens projetadas. A distinção parece, como o mito das cavernas, estar servindo ao crítico e à crítica, que sabem olhar de modo válido desde uma posição privilegiada.
O guia de etiquetas, que é criado por ocasião desse evento, para apoiar a recepção dos visitantes e que divulga representações de diversas nacionalidades, pode ser entendido como mais um elemento dessa dimensão representacional, ressaltada pelo autor. O guia participa da construção do espetáculo com o objetivo de criar cordialidade e evitar conflitos. Participa, então, dos objetivos de civilidade e