Marketing
Autoria: Leticia Moreira Casotti
1- Introdução
Precisamos resgatar a capacidade de “ensaiar” que significa lançar conhecimentos não acabados ou mesmo avançar conhecimentos estabelecidos (Neves, 2000). Através da ousadia intelectual de outros, construiu-se esse ensaio com o objetivo de levantar a trajetória do marketing e suas dificuldades no caminho da busca por diferenciações - ou semelhanças - no seu mercado consumidor. A procura pelas diferenças não parece ser um dilema particular do marketing e nem algo recente a ser observado na natureza humana. Filósofos como Platão e
Aristóteles introduziram na filosofia a idéia de que existem diversas maneiras de conhecer diferenças (Chaui, 1997). Busca-se, aqui, refletir sobre as abordagens do marketing que vão desde o conceito de marketing de massa até o marketing de tribos. Diferentes abordagens que podem se misturar de formas às vezes estranhas, às vezes interessantes e desejáveis.
Quando a recente história do marketing é analisada (Brown, 1999; Dalgic e Leeuw, 1994;
Kotler, 2000), é comum encontrar nessa área de conhecimento a descrição do movimento das empresas, ao longo do tempo, em estágios como o da orientação predominantemente para produtos, depois a orientação predominantemente para vendas e, finalmente, a orientação predominantemente para marketing (Grönroos, 1989). Da mesma forma, também se encontram diversas etapas do marketing na busca por diferenciação que se iniciam a partir do marketing de massa que é seguido pelo marketing segmentado, o marketing de nicho e pelo marketing “um a um”, que se torna viável a partir do desenvolvimento da tecnologia da informação. Em meio a essas mudanças e inovações, surge um novo conceito originado da
Sociologia (Bauman, 1998; 2003; Maffesoli, 2000), o marketing das tribos ou das comunidades urbanas pós-modernas (Cova, 1997; Cova e Cova, 2002).