ENQUADRAMENTO O conceito de poder tem sido objecto de um relativo ostracismo no quadro da análise das organizações. Embora Weber e outros autores se tenham debruçado sobre o poder no funcionamento interno das organizações – Etzioni (1961), Blau e Scott (1962), cyert e March (1963), Rhenman (1973), etc. Esta subvalorização do conceito de poder no âmbito da teoria das organizações foi realidade histórica até aos princípios da década de70. O conceito de poder foi sempre objecto de uma concepção ideologizada. Empresário, gestores, chefes intermediário da pirâmide organizacional sempre associaram o fenómeno do poder a uma acção de tipo individual e colectivo incrustrada num comportamento político negativo. O poder manifesta-se de forma inequívoca. O poder só era visualizado como uma realidade macrossociológica, razão pela qual só era observado e teorizado fundamentalmente a partir de organizações e instituições do Estado que tinham por função regular e controlar os conflitos sociopolíticos que emergiam na sociedade. Sendo visto como a causa dos conflitos e facto de criação de situações negativas para o funcionamento das organizações, via-se nele a origem das greves, sabotagens e acções individuais e colectivas que se corporizavam facilmente em atitudes contestatárias e disfuncionais. A partir da década 70, o poder ganha definitivamente um estatuto de cientificidade no âmbito da teoria das organizações, sobretudo com o aparecimento das obras de Crozier (1963), Crozier e Friedberg (1977), Pfeffer e Salancik (1978), Mintzberg (1979), Pfeffer (1981), Mintzberg(1986) e Friedberg(1993). Isso ocorre por duas razões fundamentais. Por um lado, ele passa a ser visualizado como um pressuposto básico da racionalidade instrumental do funcionamento das organizações. Por um lado, ele passa a ser visualizado como um pressuposto básico da racionalidade instrumental do funcionamento das organizações. Por outro, enquanto elemento contingente do comportamento humano, passa