MARK BLAUG
Os principais aspectos da visão mercantilista são bem conhecidos: o ouro e os metais preciosos considerados como a essência da riqueza, regulação do comércio com o exterior por forma a gerar a entrada de ouro e prata, promoção da indústria pela importação de matérias-primas baratas; direitos alfandegários sobre a importação de bem manufaturados; incentivos às exportações, particularmente de produtos acabados, , e uma ênfase no aumento da população para manter baixos salários. O cernedo mercantilismo evidentemente, é atese segundo a qual uma balança comercial favorável é desejável porque é de alguma forma geradora de prosperidade nacional. . Tal como indivíduo, um país deve gastar menos que o seu rendimento, se quer ver a sua riqueza acrescido. O dinheiro é a vida do comércio, o espírito vital das trocas, segundo a expressão de Bacon, só serve para ser espalhados. Se o mercantilismo, nas suas formulações mais elaboradas, não confundida o dinheiro com o capital, porque haveria nessa altura uma preocupação tão difundida por uma balança comercial favorável? O que distingue a teoria mercantilista é uma fixação na balança de comércio e uma fixação ao objetivo de manter um desiquilíbrio comercial, mesmo no longo prazo. A balança de pagamentos deve estar sempre equilibrada uma vez que ela constitui uma mera identidade contabilística de débitos e créditos. Na defesa do mercantilismo a severa condenação dos erros mercantilistas feita pela teoria clássica não foi posta em causa durante cem anos. A interpretação relativista do mercantilismo teve de esperar pelo reestabelecimento do protecionismo na Europa e pelo surgimento da escola histórica Alemã. Esta interpretação passou a ser largamente partilhada pelos historiadores econômicos. Logo que se compreenda que um sistema econômico não tende automaticamente para uma situação de pelo emprego argumenta Keynes, a totalidade dos argumentos dos clássicos contra as