Mario
Conto de Mário de Andrade
Personagem principal- Juca(filho)
Personagens secundárias- irmã, mãe e tia.
A história passa-se poucos meses depois da morte do pai de Juca. Ainda sob a sombra do luto, o narrador tem a idéia de possibilitar um pouco de alegria às suas “três mães”: mãe, irmã e tia (note que pode ser visto aqui um indício de complexo de Édipo). Expressa o desejo de comemorar o Natal com a degustação de um peru. Socialmente – não se deve esquecer o luto – era uma idéia que poderia ser reprovada, mas quem não curtiria um pouco de prazer na vida? Dessa forma, quando Juca expressa tal desejo, serve de válvula de escape para a família. Nenhuma delas poderia ter feito aquele pedido, mas o desejavam. Assim, com a desculpa de que estavam preocupadas em atender o desejo de um “doidinho”, embarcam na comemoração que também as satisfaz (será essa a função do artista: expressar o que os outros têm reprimido, represado?).
Interessante é lembrar que a família nunca fora desses tipos de festejos, por causa do espírito econômico, seco do pai. O narrador faz lembrar que este não era um chefe de lar cretino, que desprezava suas responsabilidades. Pelo contrário, nunca deixou de sustentá-la. Mas era incapaz daqueles pequenos prazeres, o que acabava por castrar seus parentes.
Esse caráter censor mostra-se forte até mesmo após sua morte. Durante a ceia de Natal, enquanto comiam prazerosamente o peru, a mãe lembra-se que estava tudo perfeito, só faltava o pai. Foi o suficiente para mergulhar a mesa em prantos, para desespero de Juca.
É quando o rapaz tem uma excelente jogada. De uma forma que pode ser entendida como hipócrita, o narrador lembra que a mãe tinha razão. Para tudo ficar perfeito, só faltava mesmo a presença do falecido, mas que onde quer que este estivesse, estaria contente vendo a família reunida. Com tal expediente, em pouco tempo a alegria retornava à mesa e todos voltaram a devorar o peru, enquanto o fantasma do pai começava a