Marco
O conjunto tumular, jacente, arca e baldaquino, é constituído por elementos em cobre, revestidos por uma camada de ouro ou de prata, fixos a uma estrutura de madeira. As técnicas de decoração – douragem a fogo e prateação por amálgama – foram utilizadas como revestimentos do substrato de cobre, tendo uma dupla função, decorativa e protectora. Consideram-se os problemas de alteração e conservação destes revestimentos e as opções adoptadas na aplicação de uma camada de protecção durante a intervenção na peça considerando o seu local de exposição, a Sé de Braga, forte condicionante para a preservação do túmulo a longo tempo.
Palavras-Chave: Conservação e Restauro, Douragem e Prateação por Amálgama, Protecção, Ceras Naturais
O túmulo de D. Afonso de Portugal (1390-1400), filho primogénito de D. João I, falecido em Braga, possivelmente durante uma peregrinação a Santiago de Compostela, é uma peça de extrema importância da tumulária portuguesa do século XV, desconhecendo-se em Portugal e no resto da Europa, peças ou objectos coevos semelhantes.
O local de produção do conjunto tumular, à excepção do baldaquino, é ainda desconhecido. Na realidade, as referências indicam apenas que o túmulo de D. Afonso foi oferecido pela sua irmã Isabel, esposa de Filipe, o Bom, duque da Borgonha, em meados do século XV. Tradicionalmente a peça é referida como tendo sido enviada da Flandres. Porém, por ausência de semelhanças na Europa do mesmo período, é possível que o Túmulo tenha sido executado em Portugal, segundo inspiração flamenga. O túmulo de D. Afonso está exposto no interior da Sé Catedral de Braga, mas durante anos foi tendo, dentro da Catedral, vários locais de exibição tendo sido submetido igualmente a intervenções de restauro. Antes da presente intervenção de conservação e