Marcadores Inflamatórios no Traumatismo Crânio-Encefálico (TCE)
Conceito
Segundo considerações de Gennarelli, o TCE é entendido como sendo “Qualquer agressão física que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, líquor ou encéfalo, em qualquer combinação”.
Segundo Frankowski (1985), a casuística relatada nos serviços de saúde dos Estados Unidos mostra que mais de dois milhões de pacientes com TCE são atendidos por ano, sendo que 25% destes pacientes ficam hospitalizados. Cerca de 10% de todas as causas de óbito nos EUA são decorrentes de lesões traumáticas sendo a metade constituída por TCE.
O traumatismo crânio-encefálico (TCE) é o principal determinante de morbidade, incapacidade e mortalidade em pessoas entre 1 e 44 anos.(1) O TCE grave está associado a uma taxa de mortalidade de 30 a 70%,(2) e a recuperação dos sobreviventes é marcada por seqüelas neurológicas graves e por uma qualidade de vida muito prejudicada. Estima-se em 500.000 o número de mortes por ano ocasionadas por TCE, sendo aproximadamente 10% aqui no Brasil. A incidência é três a quatro vezes maior nos homens do que nas mulheres.
As causas por TCE incluem arma de fogo ou objetos contundentes, acidentes automobilísticos (freqüente no pós-adolescente e adulto jovem), quedas (frequente no idoso), grandes catástrofes e atividades esportivas. Freqüentemente o TCE ocorre em associação a lesões traumáticas buco-maxilofaciais, necessitando de cuidados mais específicos.
Vários são os mecanismos responsáveis pelos TCEs. Lesões corto-contusas, perfurações, fraturas de crânio, movimentos bruscos de aceleração e desaceleração e estiramento da massa encefálica, dos vasos intracranianos e das meninges (membranas que revestem o cérebro). As lesões podem ser focais ou generalizadas. As focais localizam-se próximas à área do trauma ou em áreas mais distantes.
A gravidade do TCE é comumente determinada utilizando-se a Escala de Coma de Glasgow