Marabaixo
O Marabaixo é uma dança que faz parte da história e cultura do Amapá. Nasceu da saudade, da distância e do isolamento vivido pelos africanos que por volta de 1771(século XVLLL) chegaram ao Amapá, na condição de escravos, para povoar uma vila programada, hoje conhecida como Mazagão Velho. Era usado como uma forma de esquecer a tristeza, a dor e de resgata a autoestima do povo negro, relembrando a terra de origem e, ao mesmo tempo, estabelecendo uma identidade para essa gente.
Com o tempo, o Marabaixo acabou sendo parcialmente esquecido no Mazagão, que era o seu local de “nascimento”, e em contrapartida a dança foi se fortalecendo no Bairro do Laguinho, em Macapá, e na comunidade do Curiaú, através dos antigos moradores negros que viviam na cidade.
O Marabaixo é simples e carrega história. Consiste em passos curtos, pois segundo a história os negros estavam acorrentados e não podiam fazer movimentos rápidos, mas tinham muito gingado no corpo. Os passos acompanham o ritmo do ladrão (os versos da música). As cantadeiras ou cantadores ficam sempre ao lado das caixas, tirando os solos, e as coristas ficam no círculo de fora junto dos companheiros. Em Macapá, o marabaixo obedece a um ciclo, inicia-se no domingo de Páscoa em abril encerrando em junho, no dia de Corpus Christi. Nesse período rezam-se terços, ladainhas, dança-se o marabaixo, distribuem-se comidas, bebidas (como a gengibirra) tudo isso e mais muitos fogos. A festa homenageia o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade dos Inocentes.
Nos dias de hoje a valorização por essa festa folclórica está evidente, em 2004 o governo do Amapá instituiu, no calendário folclórico do estado, o Ciclo do Marabaixo. Essa medida fez valorizar e divulgar a tradição, chamando a atenção de turistas e levando as escolas a trabalharem essa festividade como um importante marco da cultura local.
Turma 106,