Mara
PARTICIPAÇÃO DAS CRIANÇAS NO COTIDIANO ESCOLAR
Luciléia Belter - UNIJUÍ
Noeli Valentina Weschenfelder - UNIJUÍ
Agência Financiadora: CAPES
Este texto parte de uma investigação em andamento, cujo objetivo é exercitar a pesquisa com a infância, prestando atenção às culturas das crianças das classes populares para melhor compreender as interações entre elas e os adultos de seu entorno em uma escola pública de ensino fundamental, em meio aos fazeres/saberes de sujeitos praticantes do cotidiano. A centralidade de tal interesse está na perspectiva da experiência de uma docência que se relacione1 com a infância, no sentido de estar em relação; referir-se (à infância), deixá-la narrar/relatar(se), e por em pauta seus assuntos; para fazer adquirir relações, amizades (entre a infância e a docência) e estabelecer relação, analogia entre coisas diferentes (escola e infância popular); e então confrontar (as relações); para poder enfim, ligar-se e travar conhecimento e amizade.
Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil2, no texto do artigo 4º, as propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.
Seguindo tal perspectiva, há que se reconhecer e considerar a especificidade da infância e dos saberes infantis e populares, na tentativa de captar a lógica deste “outro”, diferente do adulto que as educa/ensina, buscando ultrapassar estereótipos e conhecer as especificidades de um determinado universo social e cultural. No entanto, ainda permanecem
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As palavras grifadas em itálico referem-se ao significado da palavra relacionar segundo