Maquiavel
Maquiavel - O Príncipe
Nesta obra o autor, baseando-se em observações da realidade política de sua época e também de tempos passados, estabelece uma metodologia para os governantes conquistarem o poder e manterem-se nele.
Para tanto é necessário saber, primeiramente, que para o poder político ser bem sucedido deve se estabelecer uma ordem social e reiterá-la sempre que possível, caso contrário, a desordem, situação recorrente na história, voltará a se instaurar e implicará no fim de seu governante.
Ademais, além do governante, ou do príncipe, carecer de bons alicerces - as boas leis e os bons exércitos - ele precisa saber quando usar cada um com sabedoria. Utilizando a mesma analogia do autor, o príncipe deve ser raposa, para conhecer as armadilhas, e ser leão, para amedrontar os lobos.
Quanto ao relacionamento com a população sob o seu comando, o príncipe deve se mostrar virtuoso, mesmo que não o seja, e procurar conquistar o respeito desta, mesmo que o próprio não a respeite. Como seu principal propósito é manter-se no poder e tal fato é impossível com a oposição da população é fundamental que o príncipe cative-a.
Por fim, o autor revela que para o príncipe ser bem sucedido ele deve abster-se de qualquer moral ética e religiosa - o cumprimento de promessas só deve ser realizado quando estas não geram prejuízos, a adaptação às variações das circunstâncias e da fortuna deve ser essencial, a mudança de caráter ou a falta dele é necessária para que o governo seja mantido - contrariando, assim, o pensamento até então presente na época, o do bom príncipe medieval.
Essa metodologia foi usada por vários monarcas absolutistas, déspotas e até hoje, nos políticos de vários países, notam-se traços do bom príncipe criado por