maquiavel
19/06/2013 por Felipe Pimenta Deixe um comentário
Platão busto
Político é um diálogo desafiador de Platão pois envolve mitos e diversas metáforas. Trata-se da continuação de O Sofista, mas é possível compreender essa obra ( Político) mesmo sem ter lido O Sofista. Participam desse diálogo Sócrates, Teodoro, o estrangeiro e o jovem Sócrates. Esses dois últimos dominam o diálogo. Podemos dizer que o tema principal é determinar como seria o governante ideal da Pólis. O Estrangeiro determina que o Rei será mais teórico ( gnostikes) do que prático, e que durante o diálogo serão unificados o conhecimento político e o homem político, ou seja, o conhecimento régio e o Rei. Farei uma exposição do mito dos ciclos cósmicos com a ajuda do filósofo Eric Voegelin, que escreveu sobre o Político em seu livro Ordem e História-Platão e Aristóteles.
O mito apresentado pelo Estrangeiro fala de Cronos e seu reinado. Durante um período, diz Platão, o próprio Deus acompanha o universo, e depois de um certo período em que os círculos completam a medida do tempo, o deus deixa o universo por iniciativa própria. Isso faz com que o movimento seja feito no sentido contrário. Platão faz uma observação que a imutabilidade absoluta faz parte das coisas divinas, por isso o corpo não faz parte dessa classe de coisas. Em um determinado momento o universo é movido circularmente pelo deus. Em uma parte a causa divina é extrínseca, quando lhe é retransmitida a vida e a imortalidade a partir do Demiurgo. Em outro momento o universo é deixado por conta de si mesmo.Diz Eric Voegelin:” a alternância de movimento afeta não só o domínio da natureza, mas também o domínio do homem na sociedade. No primeiro ciclo, o próprio deus supervisiona o Cosmos, enquanto as várias partes do Cosmos eram colocadas sob a supervisão de divindades exteriores.” Nesse período, diz ainda Voegelin, “o próprio Deus era o pastor dos homens; nessa época não havia governo ( poiliteia).” Os