MAQUIAVEL- cap 14,15 e 16
O que compete a um príncipe a cerca da Milícia
Um príncipe não pode por ter outro pensamento senão o da guerra e sua organização e disciplina. É ela de tanta virtude, que mantém aqueles que nasceram príncipes, como faz os homens de condição privada subirem àquele posto.
Não é razoável que quem esteja armado obedeça com gosto ao que seja desprovido de armas, existindo desdém de parte de um e suspeita do lado do outro, não é possível que ajam bem, estando juntos.
Deve o príncipe, portanto, não desviar seu pensamento do exercito da guerra, fazendo- o de dois modos: com a ação, e com sua mente. Quanto à ação, deve manter bem organizadas e exercitadas suas tropas, caçadas para acostumar o corpo com fadigas e reconhecer a natureza dos lugares. Esses conhecimentos são utei por dua razoes: Aprende-se a conhecer o próprio país identifica-se as defesas que ele oferece; com isso, terá facilidade em entender qualquer região que venha a ter de observar. Filopémenes, frequentemente argumentava: “Se os inimigos estivessem sobre aquela colina e nós nos encontrássemos a que com nosso exército, qual de nós teria vantagem?”. Em razão dessas continuas cogitações, jamais poderia, comandando os exércitos, encontrar pela frente algum imprevisto para o qual não tivesse solução. Quanto ao exercício da mente, deve o príncipe ler as histórias, observar as ações dos grandes homens, examinar as causas de suas vitórias e de suas derrotas. Um príncipe inteligente deve observar essa semelhança de proceder, nunca ficando ocioso nos tempos de paz, mas sim, com habilidade, procurar formar cabedal para poder utiliza-lo na adversidade, a fim de que quando mudar a fortuna, se encontre preparado para resistir.
Cap- XV
Daquelas coisas pelas quais os homens, e especialmente os príncipes, são louvados ou vituperados.
Resta analisar, o proceder do príncipe para com os súditos e os amigos. Há tanta diferença de como se vive e como se deveria viver, que aquele que abandone o que faz por