Maquiavel (Arte na Guerra)
Partindo da ideia de que um povo e uma cidade livres são um povo e uma cidade armados, Maquiavel (1469-1527) concebeu um dos mais importantes tratados sobre estratégia militar. Escrito entre 1519 e 1520, A arte da guerra forma, juntamente com O príncipe (1513) e Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio (1513-1521), a base do pensamento político do principal filósofo da Renascença. Antes de Maquiavel, eram praticamente inexistentes convenções de guerra hoje elementares, como organização dos exércitos, hierarquia e código militares. A arte da guerra apresentou, entre outros, o conceito de formação de tropas e conferiu à disciplina importância fundamental para o êxito do combate.
Maquiavel desenvolveu esse pensamento radicalmente inovador e criou uma meticulosa obra na qual, a partir do isolamento do fenômeno do poder e da sua relação intrínseca com o uso da força até mesmo da violência, são criados os meios para a conquista, a manutenção e a preservação do poder político. Publicada há cerca de 500 anos, esta obra já conquistou leitores célebres como Napoleão e Frederico II, o Grande, e se faz essencial para todo e qualquer estrategista.
As guerras travadas na Península Itálica em finais do séc. XV e princípios do séc. XVI constituem a base de ensinamentos a partir dos quais Maquiavel desenvolve o seu "entendimento sobre a arte da guerra", apelando para o levantamento de uma milícia nacional não permanente. Naquele momento alto do Renascimento, tudo converge para o reconhecimento de que um mundo perfeito havia existido na Antiguidade. Para o autor, o reviver desse tempo não se deve ficar pelas belas artes, prolongando-se no ordenamento social, na política e na forma de fazer a guerra. Em A Arte da Guerra, o grande pensador florentino lega-nos um dos mais importantes tratados militares da história. ÍNDICE
ESTUDO INTRODUTÓRIO: Notas biográficas; Cenário histórico-militar em que a obra foi escrita; Fórmula escolhida pelo