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A observação do céu é uma prática que certamente já estava presente no homem primitivo. Na verdade, como a Lua dominava o céu noturno, os primeiros calendários baseavam-se nas lunações, que são os períodos de tempo entre duas luas novas consecutivas. A partir da observação das fases da Lua e do tempo gasto para que se repetissem, mais tarde seriam criados os conceitos de semana - sete dias que refletem a duração aproximada de uma fase lunar - e de mês (uma lunação completa).
Egípcios e chineses se utilizavam de calendários celestes para controlar suas épocas de plantio. Para os antigos egípcios, a prática da agricultura era diretamente dependente dos períodos de enchentes no Vale do Nilo. Baseando-se na posição da estrela Sirius no céu e relacionando-a com os períodos das cheias do rio Nilo, elaboraram um calendário de três estações (enchente, semeadura e colheita) e 365 dias, o chamado Calendário Egípcio. Mais tarde, na Europa, a arte de navegar através dos mares mais distantes só se faria confiável e segura com o conhecimento dos céus, orientando-se pelas estrelas.
No Ocidente, a civilização grega lançou as bases da astronomia como ciência prática e matemática. Foi na Grécia, com Cláudio Ptolomeu (século 2 d.C.), que se construiu a síntese do primeiro grande modelo celeste, em que se julgava ser a Terra, além de esférica e imóvel, o centro de um universo que girava ao seu redor, provocando o aparente movimento de planetas que vemos no céu, e com as estrelas inseridas em uma esfera externa, servindo como um pano de fundo para o cenário. Era o geocentrismo. Até aquele momento só eram conhecidos os planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, além da Terra.
O sistema geocêntrico perdurou até o século 17 porque, afinal, para um observador que, estando na Terra, olha para o céu, a impressão é de que o Sol é que se move em torno da Terra. Curioso é observar que a idéia básica do heliocentrismo, com o Sol no centro do sistema orbital, já