Manuel sergio
Também concorre ao aperfeiçoamento das características físico-motoras de todas as idades e de cada um dos sexos. Nada esquece na motricidade humana, sob o ponto de vista articular, muscular, funcional. Pretende dar ao praticante força, velocidade, “endurance”, resistência, impulsão, coordenação, etc., etc. No entanto, não se limita a fazer “bestas esplêndidas”, ou mesmo “animais racionais”, com uma impecável condição física. É mais ambicioso: quer ser um factor de enriquecimento da sociedade e da cultura, porque reivindica desenvolvimento para todos; porque aposta na formação permanente dos cidadãos, com equidade absoluta; porque se afasta do “panem et circenses” das turbas massificadas e quer ser um meio de o ser humano se exercitar no exercício da liberdade e da solidariedade. No meu modesto entender, o direito de igualdade de tratamento, no acesso à formação e à educação, motoras, deve ter prioridade sobre o direito ao desporto altamente competitivo.
O Desporto em que eu acredito não é mera educação física, entendida como educação de físicos, mas motricidade humana, ou seja, movimento intencional da pessoa visando, em grupo (em equipa) a transcendência (ou a superação) - não é por isso contra o espectáculo desportivo, mas só acredita nele quando, numa sociedade, a um campeão do Desporto corresponder um campeão das Artes, das Letras e da Tecnociência. Por isso, rejeita e condena o espectáculo desportivo de todas as ditaduras (incluindo a ditadura do Lucro, ou de um economicismo sem freios), que serve, única e exclusivamente, para adormecer as pessoas à recusa da sociedade injusta estabelecida. O Desporto em que eu acredito decorre naturalmente dos Direitos do Homem e assinala mesmo que o Desporto só dá saúde numa sociedade onde tudo seja para todos! A um praticante, com fome (um exemplo) o Desporto faz mal à saúde! A um praticante, sem formação moral, o Desporto pode transformar-se num espaço de violência e de corrupção! É