Manuel Garcia Morente (1886-1942) é bem conhecido entre os estudiosos da filosofia, sobretudo graças ao livro agora apresentado. Este livro é imprescindível para quase todos os que se interessam pela área de estudo. Essas lições tem semeado o interesse pela filosofia em varias nações. Manuel Garcia Morente é um filósofo integral, com todas as dimensões de um filósofo atuante, filósofo integral e profissional, enquanto o profissional implica em vocacional, e não em simples ofício. Filósofo integral, mas, a seu modo, porque, como dizia Aristóteles do ser, também ser filósofo, ser verdadeiramente integralmente filósofo, se diz de vários modos. Teve seu modo de ser filósofo com autenticidade, não lhe faltando as dimensões fundamentais para ser filósofo: historicidade, pensamento pessoal e transmissão. O filósofo começa colocando-se a si próprio nas perspectivas das mentes dos que souberam suscitar e ampliar a problemática da filosofia através da historia e as vivenciando. Sem vivência do passado filosófico, sem um reformulamento dos seus erros e acertos é precário o exercício da crítica. Sem estabelecer uma visão do passado incidindo sobre o presente, é impossível ao filósofo situar-se dentro do seu próprio tempo e dentro do seu presente. Já dizia Hegel: ‘O que existi agora não existe por si mesmo e nem nasceu do nada’. Ou seja, o resultado é inseparável do processo que o criou. Já de começo, Manuel Garcia Morente, nos apresenta a divisão em dois territórios, o histórico e o doutrinal. O histórico é a parte integrada da própria filosofia. O complemento da parte doutrinal serve para confirmar sua importância e sua posição de primeiro território da filosofia. Manuel Garcia Morente faz uma viagem pelo campo histórico da filosofia. Pois, se filosofia é, antes de tudo, metafísica, ontológica, a história da filosofia é a história das problematizações do ser, a historia do pensamento humano radicado do ser. Com Manuel Garcia Morente vemo-nos transportados no tempo.