Manuel De Araujo
Biografia:
“Barão de Santo Ângelo. Poeta, pintor e diplomata, n. na cidade de Rio Pardo, no Estado do Rio Grande do Sul, em 1806 e m. em Lisboa em 1879. Estudos fundamentais em sua terra natal. No Rio formou-se em Belas Artes (aluno de Debret, 1827-1831). Em 1831 segue para a Europa, em viagem de estudos (França, Itália, Inglaterra, Bélgica; colabora com Gonçalves de Magalhães na Revista Niteroi); seis anos de Europa foram decisivos na sua formação romântica e aperfeiçoamento artístico (pintura e arquitetura). De regresso ao Brasil colabora ativamente no incipiente movimento romântico brasileiro, sobretudo na criação do ‘teatro nacional’, para o qual escreve várias peças (Angélica e Firmino, A estátua amazônica, O espião de Bonaparte, O sapateiro politicão – comédias). Ao lado da atividade literária, desenvolve fecunda atividade artística. Vai publicando as poesias, que mais tarde reuniu nas Brasilianas (1863). Em 1859 ingressa na carreira consular (Alemanha e Lisboa). De sua bibliografia, que é vasta e variada, destacam-se, além das comédias e dramas líricos: Brasilianas (Viena, 1863) e Colombo, poema épico (Rio, 1866).” (FONTE: RAMOS, Frederico José da Silva (org.). Grandes Poetas Românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1954, p. 4)
Poesia:
Num Álbum
Ah! não penses que o peito do vate
É cratera de eterno vulcão,
Que essas horas da vida são flores
Que não pendem, não morrem no chão.
Ah! não penses que o lume em seus olhos
É planeta de eterno brilhar,
Que em uns olhos não pode uma lágrima
Vir o brilho celeste empanar.
Ah! não penses que a eterna harmonia
Que a uns lábios formosa baixou,
Será sempre suave, divina,
Como aquela que em Deus se criou.
Semideus, entre a terra e os céus,
Duplo fado lhe deve tocar:
Um sorriso no amor, na esperança,
Desenganos por onde passar.
(FONTE: RAMOS, Frederico José da Silva (org.). Grandes Poetas Românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1954, p. 13)
Referências Bibliográficas:
Referências sobre o autor:
1. Farina,