MANUEL BANDEIRA
Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A Lua baça
Paira
Muito cosmograficamente
Satélite
Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas tão-somente
Satélite.
Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionária de atribuições românticas,
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si,
- Satélite.
Comentário: Nesse poema, Manuel Bandeira é muito realista, ele não tem o olhar romântico, ou seja, ele nos mostra a realidade. Em “Satélite” ele vê a Lua sem nenhum sentimento ou com alguma relação romântica. Ele descreve como realmente ela é: apenas um Satélite. Ou seja, ele vê o mundo de uma maneira que quase ninguém vê, de uma forma realista como ele realmente é.
A ESTRELA
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alta luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
Comentário: Neste poema Manuel é bem confuso quanto a sua forma, pois nela há melancolia (Ex: Na primeira estrofe), tristeza (Ex: Na terceira estrofe) e ironia (Ex: Na ultima estrofe). Ele representa a estrela como uma personagem que nos leva a imaginar uma figura feminina, a mulher. Nela ele nos leva a pensar que olhando as estrelas você esta isolado em um quarto. Imaginado assim uma paixão por uma mulher impossível, que não pode ser tocada ou se aproximar dela. Assim, a estrela deve ser um objeto apenas para ser apreciado.
Bárbara B. Boiago nº05
Bibliografia:
http://poemasdebandeira.blogspot.com.br/2011/02/satelite.html
http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/estrela.htm