Manuel Bandeira
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alta luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
Explicação: O poema relata um homem apaixonado por uma moça muito bonita, sozinha como relata nas estrofes, porém estar muitolonge. A estrela é uma imagem obsessiva na poesia de Bandeira, metaforizando o absoluto, o inatingível, a luz que orienta, na mesma linha da poesia romântica e simbolista, em A estrela, nota-se asposições entre a vida vazia do poeta e o brilho do astro inacessível, utópico. Os contrastes aparecem no plano espacial e cromático ("Era uma estrela sozinha Luzindo no fim do dia", "E ouvi-a na sombrafunda").
Biografia breve:
Nascido em Recife, em 1886, Manuel Carneiro de Souza Bandeira mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fez o curso secundário. Em 1903 foi para São Paulo onde matriculou-se na Escola Politécnica: seu pai queria que fosse arquiteto. Mas logo voltou para o Rio, porque a tuberculose manifesta-se pela primeira vez.
Em 1922, participou indiretamente da Semana de Arte Moderna, enviando para leitura o poema 'Os sapos'. Não concordava totalmente com as ácidas críticas feitas aos parnasianos. Foi professor de Literatura, escreveu crônicas e críticas de música e cinema, em vários jornais. Em 1940, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Morreu no Rio, em 1968.
OBRAS: A cinza das horas (1917), Carnaval 91919), Poesias (1924), Libertinagem(1930), Estrela da manhã (1936), Mafuá do malungo (1948), Opus 10 (1952), Estrela da tarde (1958), Estrela da vida inteira (1966).
Uma das marcas da poesia de Bandeira é um tom suave e melancólico, às vezes disfarçado por um discreta ironia. Segundo