Manuel bandeira e Olavo Bilac
Partindo desta otica, podemos entender mais claramente os poemas pospostos e analisa-los com mais propriedade de assunto.
Quando falamos de Manuel Bandeira, estamos em frente a um brasileiro inteligente, critico e talentoso. Pertencente ao movimento Modernista, que alem de produzir obras memoraveis como “As cinzas das horas” e “Carnaval”, tambem traduziu diversas obras tais como: “ O advogado do diabo” e “Don Juan Tenorio”.
Contudo, analisemos o poema “Os sapos”, este que causou um certo desconforto quando declamado por Ronald de Carvalho em plena Semana da Arte Moderna em 1922.
Os sapos
“Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,