Manuel bandeira: vou-me embora pra pasárgada
Quando terminou o curso de humanidades em sua cidade natal, em 1904, aos 18 anos, foi para São Paulo, onde iniciou o curso de arquitetura na Escola Politécnica. Interrompeu o curso por causa da tuberculose. Para se tratar, buscou repouso na cidade de Campos do Jordão e em outras localidades de clima mais ameno. Com a ajuda do pai, que reuniu todas as economias da família, foi para a Suíça, onde esteve no Sanatório de Clavadel. Nessa estada na Europa tomou contado com a poesia simbolista e pós-simbolista, que teve influência fundamental no seu primeiro livro, Cinza das Horas (1917). De volta ao Brasil, decidiu morar no Rio de Janeiro, onde, além de poesia, passou a escrever crítica literária e a lecionar na Faculdade Nacional de Filosofia.
Como poeta, usou o verso livre com grande maestria numa obra que fala de amor, morte e momentos do cotidiano. Tratou desses assuntos com humor, amargura e ironia. Firmou-se como o pioneiro do modernismo brasileiro com a obra Carnaval (1919), tendo participado ativamente também da Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Relatou sua trajetória na obra Itinerário da Pasárgada (1954), na qual se revela também memorialista. Traduziu para o português obras de William Shakespeare, Rainer Maria Rilke e García Lorca, entre outros. Sua poesia foi reunida na obra de um só volume Estrela da Vida Inteira. Em 2003, o ensaísta Ivan Junqueira organizou as obras do poeta em uma antologia intitulada Testamento de Pasárgada, sob os auspícios da Academia Brasileira de Letras (abaixo).
Folha Ilustrada — 06/setembro/2003 — E5
Esgotada há cerca de 20 anos, a antologia Testamento de Pasárgada foi relançada em 2003 em edição conjunta da Editora Nova Fronteira com aAcademia Brasileira de Letras. A organização do volume foi um dos primeiros trabalhos do poeta e ensaísta