Manuel Alegre
“O Homem do País azul” de Manuel Alegre é um livro constituído por Dez contos, onde estão bem visíveis as memórias do autor da luta contra o fascismo, do exílio e da guerra colonial.
Neste livro Manuel Alegre mostra um pouco do seu interior existindo marcas autobiográficas. Manuel Alegre utiliza de uma forma indirecta o livro como um diário, deste modo, o primeiro conto, que dá título á obra é a meu ver como uma reflexão sobre o exílio durante a ditadura.
O primeiro conto que dá titulo ao livro é a história de Vladimir, um sujeito desconhecido revolucionário e enigmático pertencendo a um grupo de terrorismo que estava relacionado com o rapto de um embaixador ocidental. Este homem é visto várias vezes em diversos locais sempre com companhia, aspecto e nomes diferentes. No suceder do conto, Vladimir, Abudul, ou Albuquerque assume diversas personalidades e atitudes diferentes contudo afirma sempre ser do Pais azul.
Penso que este personagem é o “símbolo” da liberdade e da esperança e nos dá uma grande percepção do que era um exilado na época da ditadura Salazarista e é de certo modo uma representação da revolta que Alegre sentia durante o regime de Salazar.
O segundo conto “ A senhora do Retrato é um dos meus favoritos. Passa-se na casa da tia Hermengarda a dona da casa onde estava o quadro onde estava representado um retrato de uma senhora incógnita , este conto é cheio de misticismo em torno de um retrato da senhora de quem era proibido falar. Todo este mistério despertaram a curiosidade do personagem central em descobrir quem era a tal senhora de pele e olhos claros que iluminava o corredor sombrio que assustava o personagem. É então a tia-avó Hermengarda quem acabava por revelar que a senhora do retrato era Natália, a esposa do primo Bernardo e o afecto que mantinha por ela. Natacha como a tia-avó lhe chamava era uma mulher única, cheia de vida e força que desapareceu misteriosamente