Manual De Medicina Nuclear
1. PRINCÍPIOS BÁSICOS
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A Medicina Nuclear (MN) é uma especialidade que utiliza radionuclídeos para fins diagnósticos e terapêuticos. Estes radionuclídeos possuem características físicas e químicas adequadas para uso “in anima nobili”.
É um método complementar que evidencia bem a função e metabolismo do órgão em estudo, enquanto que a radiologia convencional, ultra-som (US), tomografia computadorizada
(TC) e ressonância magnética (RM) destacam melhor o aspecto morfológico e anatômico. A
RM, atualmente, tem aplicabilidade na avaliação da função de alguns órgãos.
Em l923, Hevesey usou chumbo radioativo para estudar o metabolismo do cálcio em plantas, empregando um contador Geiger-Muller rudimentar. Em l950 surgiu o protótipo da imagem de tireóide com o uso de 131Iodo. Logo em seguida, obtivemos o primeiro cintilógrafo retilíneo e nesta década ainda, surgiu a primeira câmara de cintilação chamada de câmara
Anger. Desde então, o desenvolvimento de computadores dedicados à imagem e de radiotraçadores tem sido muito valiosos para a expansão da Medicina Nuclear, principalmente, aplicada às enfermidades cardíacas, oncológicas e cerebrais.
O estudo de Medicina Nuclear na UFRJ foi criado no início dos anos oitenta, no
Departamento de Radiologia da Faculdade de Medicina. Tem como objetivo o ensino de graduação, de pós-graduação, além da pesquisa e prestação de serviços no Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), realizando exames cintilográficos para complementação diagnóstica.
O tratamento utilizando radionuclídeos, também, está incluído nos objetivos da MN, nos pacientes com hipertireoidismo, nas metástases captantes de câncer diferenciado da glândula tireóide, nas metástases de tumores de supra-renal e na dor óssea de origem metastática. No tratamento da dor óssea o radioelemento mais empregado é o
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Samário
(153Sa), nas outras condições citadas usa-se o 131Iodo, sob a forma de iodeto para as doenças da tireóide e