Manifesto neoconcreto - fichamento
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FICHAMENTO: “MANIFESTO NEOCONCRETO”
O Manifesto Neoconcreto se define já nas primeiras linhas como a “tomada de posição em face da arte não-figurativa “geométrica” e particularmente em face da arte concreta levada a uma perigosa exacerbação racionalista”, marcando assim a cisão entre os dois grupos de artistas não-figurativos, o grupo Ruptura (SP) - os Concretos – e o grupo Frente (RJ) – os Neoconcretos.
E segue nos próximos parágrafos descrevendo sua origem, contexto e posição.
Para os Neoconcretos a obra de arte e sua expressão devem superar os limites impostos pela teoria: “Propomos uma reinterpretação do neoplasticismo, do construtivismo e dos demais movimentos afins, na base de suas conquistas de expressão e dando prevalência à obra sobre a teoria” e a “integração da arte na vida cotidiana”, citando como exemplo Mondrian, Pevsner e também Vantogerloo e Malevitch. Interessa, para eles, também a transcendência da própria obra, “pelo universo de significações existências que ela a um tempo funda e revela”.
Há um posicionamento contra as atitudes cientificistas e positivistas na arte, e a colocação do problema da expressão.
Os neoconcretos incorporam as “novas dimensões “verbais” criadas pela arte não-figurativa construtiva”. Não concebem “a obra de arte nem como “máquina”, nem como “objeto” (citando aqui os concretos-racionalistas), mas como um quasi-corpus, isto é, um ser cuja realidade não se esgota nas relações exteriores de seus elementos; um ser que, decomponível em partes pela análise, só se dá plenamente à abordagem direta, fenomenológica”. Influenciados pelas ideias de M. Ponty, adotam a fenomenologia para combater a visão cientificista e para reiterar a ideia do objeto que, após percebido pelo espectador, entra em sua consciência e passa a ser um fenômeno, desvendado por sua intuição – “é porque a obra de arte não se limita a ocupar um lugar no espaço objetivo – mas o transcende ao fundar nele uma significação nova que as noções objetivas de