Manifesto contra o aborto sem apelos religiosos
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Não é necessário fazer apelo a princípios religiosos para repudiar tanto a prática como a descriminalização do aborto. Podemos dizer que um feto é uma pessoa e, por isso, tem o mesmo direito à vida que as pessoas já existentes? Pode-se defender que o feto tem direito à vida, uma vez que, embora não seja considerado por muitos uma pessoa, é uma pessoa em potencial. Todas as pessoas inocentes têm direito à vida. Os fetos são pessoas potenciais. Ter potencialmente um direito implica tê-lo de fato. Logo, os fetos têm direito à vida. O feto é um ser humano inocente. Matar um ser humano inocente é moralmente errado. Logo, matar um feto humano é moralmente errado. Um ser humano adulto possui direito à vida. Matar um homem adulto é, em princípio, moralmente errado porque priva a pessoa de um futuro. Um indivíduo ter futuro implica um conjunto de experiências e conquistas pessoais que viveu ou que virá a viver mais tarde. Perfeitamente compreensível. Ter um futuro é estar na posse de algo que ainda não se concretizou (como ser uma pessoa em potencial), e é algo que o feto já tem em qualquer estágio do seu desenvolvimento. Se um indivíduo tem um futuro com valor possui o direito à vida. O feto tem um futuro com valor e o aborto provoca a morte do feto. Logo, o aborto é moralmente errado. O mesmo pode se aplicar sobre a questão dos embriões em geral. Dizer que uma criança não "terá futuro" em determinado lar ou sociedade é uma afirmação precipitada.
Quando se defende a descriminalização com o argumento da liberdade individual feminina, uma pergunta deve ser feita: de que liberdade se fala?
Em primeiro lugar, como já foi dito, há o direito à vida do embrião. A liberdade da mulher em ter ou não um filho deveria se sobrepor ao "direito de nascer" do feto em seu ventre? É errado dizer que o bebê faz parte do corpo da mulher, e assim ela poderia fazer o que quiser. Eles não têm o mesmo DNA nem o mesmo sangue. Em segundo lugar,