Manifestações populares
Em outras palavras, seria a consolidação e elevação ao estágio máximo da fragmentação das bandeiras e instituições agregadoras como igrejas, partidos, sindicatos, entre outras, surgida por ocasião na década de 1990. Nesse sentido, a complexificação social em sua dimensão estrutural se materializou na crescente diferenciação funcional societária, multiplicando os interesses – cada vez mais conflitantes e complexos – presentes no seio da sociedade, doravante altamente segmentada por meio de linhas demarcatórias entrecruzadas, sobrepostas e não ajustáveis a estratificações classistas tradicionais. A sociedade passou a organizar-se em subsistemas específicos, em micro-agregações de pessoas voltadas à consecução de objetivos particularistas . Diante do refluxo e crise de representatividade das instituições agregadoras clássicas, dadas as transformações recentes, observa-se pouca participação efetiva do corporativismo sindical nas manifestações; Dada a difusão das reivindicações e de suas formas, é nítido que esse novo ciclo de protesto não encontrou uma estrutura de canais adequados de processamento de suas demandas; Os atores coletivos que aparecem nos protestos apresentam densidade política muito diversas;
Apesar desses elementos que tendem a dar uma ‘falta de sentido’ às mobilizações, é claro que quando os protestos ganham corpo e visibilidade na arena política nacional, não estamos mais diante de meras ações de revolta, mas sim do delineamento