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O Quilombo São José da Serra é formado por descendentes de escravos que vieram do Congo, da Guiné e principalmente de Angola e moravam nas terras da Fazenda São José da Serra. É o mais antigo quilombo do estado do Rio, formado por volta de 1850. Localizado em uma área de 476 hectares na Serra da Beleza, após o distrito de Conservatória, ele abriga cerca de 150 quilombolas, que mantêm as tradições africanas.
O lugar parece pertencer a outro tempo. Mas ainda assim moradores sentem saudades do passado, antes de chegar a pouca estrutura atual. Mãe Tetê – Terezinha Fernandes de Azedias, de 67 anos – é uma das lideranças. Ela conta que a eletricidade só chegou por lá há uns 10 anos. Diz sentir falta do escuro que fazia ver além. “Fui criada com querosene, lampião a gás. Não tinha TV: minha mãe e meus avós contavam histórias, a gente jogava bola, brincava de roda, e via sempre a Mãe do Ouro”, diz, para depois explicar. “Era escuro e a gente via uma bola de fogo que saía da pedra, soltava fagulha e clareava o terreiro, antes de entrar em outra pedra. A cada hora passava uma com cor diferente: amarela, vermelha e verde, que era a mais brava”, conta ela, que comanda o terreiro de umbanda herdado de Mãe Firina, cuja fama atrai até visitantes estrangeiros.
Outro foco de espiritualidade no Quilombo é a pedreira onde vive uma centenária e gigantesca árvore de jequitibá. O lugar era usado como