Manejo de plantas daninhas
As plantas daninhas são um dos principais fatores bióticos presentes no cultivo da cana-de-açúcar com capacidade para interferir no desenvolvimento e na produtividade da cultura, causando reduções na quantidade e na qualidade do produto colhido, bem como reduz a longevidade do canavial e aumento dos custos de implantação e manutenção.
Muitas plantas daninhas são importantes nas áreas canavieiras e variam de região para região, contudo as gramíneas capim-braquiária (Brachiaria decumbens), capim-marmelada (Brachiaria plantaginea), capim-colonião (Panicum maximum), capim-colchão (Digitaria spp.) e grama-seda (Cynodon dactylon), as folhas largas trepadeiras como cordas-de-viola (Ipomoea spp e Merremia spp) e mucuna preta (Stozolobium aterrimum), a tiririca (Cyperus rotundus) e algumas outras dicotiledôneas como picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) correspondem as mais importantes de forma geral.
A interferência é influenciada por fatores ligados à própria cultura (espécie ou variedade, espaçamento e densidade de plantio), à época e extensão do período de convivência e aos fatores característicos das plantas daninhas (composição específica, densidade e distribuição). Trabalhos para a situação de cana-planta indicam que o período crítico de prevenção da interferência (PCPI) situa-se, em média, entre 30 e 100 dias após a deposição dos toletes. Para soqueira, constatou que o PCPI localiza-se de 25 a 130 dias. O conhecimento do PCPI é uma ferramenta fundamental para a escolha do herbicida, da dose e residual do mesmo.
O conhecimento das interações entre plantas daninhas e desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar ao longo do ano por si só já correspondem a uma importante etapa do manejo de plantas daninhas, que muitas vezes é negligenciado em função do simples aumento de dose de um determinado herbicida ou pela associação de dois ou mais ingredientes ativos