Mandonismo
A formação política no Brasil envolveu vários fatores de conflito, que ainda hoje não tem consenso entre os historiadores.
Diferentemente dos países europeus, a estrutura econômica do Brasil se deu em base colonial e patriarcal, de uma estrutura agrária latifundiária, onde os donos da terra que detinham e detém até hoje o poder.
Esse poder evidencia a relação entre Estado e classe social. Essa relação política envolve além do poder, outros aspectos de importância como conflitos de interesses, contradições, entre outros.
A junção de dominador e dominado deu origem a alguns sistemas ou características da política tradicional, tais como o mandonismo. Como o nome diz; mando, poder, posse, que impede a liberdade do individuo, prática essa ainda aplicada em várias regiões do país, em que a política local é dominada por uma ou no máximo duas famílias que ditam as regras à população local, que por ser dependente direto ou indiretamente desses mandatários, não questiona nem se rebela. No final do século XIX e começo do XX vigorou um sistema conhecido popularmente como coronelismo. Este nome foi dado oriundo de uma política controlada e comandada pelos coronéis (ricos fazendeiros). Estes coronéis usavam de seu poder para coagir e obrigar que a população votasse conforme o seus interesses, pois o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens materiais (pares de sapatos, óculos, alimentos, etc). Como o voto era aberto, os coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar votos. Os coronéis costumam alterar votos, sumir com urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto fantasma. Este último consistia na falsificação de documentos para que pessoas pudessem votar várias vezes ou até mesmo utilizar o nome de falecidos nas votações. Ainda hoje há