Mandonismo, coronelismo e clientelismo
Objetivo do artigo é a revisão e o esclarecimento de conceitos como mandonismo, coronelismo e clientelismo para poderem ser úteis para o avanço no auxílio da pesquisa empírica.
Difundiu-se no meio acadêmico amplamente o conceito de coronelismo de Victor Nunes Leal – O que procurei examinar foi sobretudo o sistema. O coronel entrou em análise por parte do sistema, mas o que mais me preocupava era o sistema, a estrutura e a maneira pelas quais as relações de poder se desenvolviam na Primeira República, a partir do município.- “Nessa concepção, o coronelismo é um sistema político, uma complexa rede de relações que vai desde o coronel até o Presidente da República, envolvendo compromissos recíprocos (...) confluência de um fato político com uma conjuntura econômica”.
O fato político é o federalismo criado pela república que apresenta um novo ator político: O Governador do Estado (chefe da política estadual eleito, com amplos poderes, diferente do antigo presidente de província). A conjuntura econômica se trata da decadência econômica dos fazendeiros. Na concepção de Leal o coronelismo é um sistema político nacional de barganhas entre o governo e os coronéis e não existiu antes dessa fase e não existe depois (está ligado a esse período histórico). Mesmo Leal é incoerente ao sugerir um renascimento do coronelismo em práticas dos presidentes militares. Levando em consideração o conceito de coronelismo de Victor Nunes Leal, podemos distingui-lo da noção de mandonismo, que é a “existência local de estruturas oligárquicas e personalizadas de poder (...) em função de um recurso estratégico, em geral a posse de terras, exerce o poder em uma região”. O coronelismo seria apenas um momento particular do mandonismo, não são sinônimos, pois esse existiu desde o início da colonização e ainda persiste em regiões isoladas. A tendência do mandonismo é a decadência conforme os