Mandela, fim da barbárie etnocêntrica
O homem, na sua luta pelo poder, deixou marcas indeléveis, que até hoje nos amargam o coração. Conhecemos, através da história, os dois extremos da humanidade, as faces da justiça e da injustiça. E, descobrimos o quanto erramos, mas também nos surpreendemos com seres humanos que se destacaram entre milhões, que souberam ler as entrelinhas das perversas “verdades” do cotidiano. Dentre estes, “Mandela”, que lutou pelo fim do apartheid, regime político que vigorou na África do Sul durante o século XX.
Mandela nos deixou um legado de luta e coragem, contra a segregação da minoria branca e da maioria negra neste país. A última dominada pela minoria e apartada, desumanamente, dos direitos sociais mais básicos, além da proibição de frequentar os mesmos espaços públicos. Hoje, Mandela, se despede de todos nós, aos noventa e quatro anos. Mas, sua paciência, seu sorriso, sua esperança e coragem, ficarão, para sempre, impregnados, em nossas mentes, porque configuram o ser humano que podemos ser. Sua vida representa o modelo que almejamos.
Ele conviveu, talvez, com a mais esdrúxula submissão humana da nossa história, com a forma mais explícita do preconceito racial. Mais dolorosa que a escravidão, de todos os tempos, de todos os povos, porque os sul-africanos foram dominados pela visão etnocêntrica dos bárbaros brancos, que se julgavam superiores, e não queriam a miscigenação racial, por isso, segregaram literalmente os negros, que não podiam conviver com os brancos, mas deviam enriquecê-los, entregar o seu trabalho a troco de salários miseráveis.
Mandela precisou usar a força, para sensibilizar os detentores do poder no país, por isso, foi preso. Mas, não desistiu, manteve a esperança. Então, a população reagiu e lutou pela liberdade, pelo fim desta política, irracional, na contramão da história humana, desse mau exemplo descomunal. Justo, o título do Prêmio Nobel da Paz, uma retribuição a esse homem,