Malformação congênita e parasitose

1 CASO CLÍNICO

QUEIXA PRINCIPAL: Choro persistente e olho direito diminuído.

HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: J.R.S. nascida em Maringá no Paraná, sexo feminino, cor branca. Nasceu de parto normal, domiciliar. A Mãe não fez pré-natal e refere que durante a gestação manteve contato com gatos e lixo peridomiciliar, consumia carnes mal passadas, frutas e verduras lavadas, ingeria água tratada, não consumia leite nem ovos crus. Após onze dias do nascimento a criança foi levada para o atendimento médico em função do seu olho direito apresentar-se diminuído e chorar de forma persistente.

HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA: A mãe afirmou que reside na área rural da cidade e ao final da gestação apresentou quadro súbito de febre de 39ºC, mialgia e cefaleia. Usou paracetamol por conta própria. Notou presença de “caroços” na região do pescoço, discretamente dolorosos, sem calor, sem eritema ou fistulizações. A paciente não foi diagnosticada e teve a criança.

Exame físico: A criança apresentava-se em estado geral regular, hidratada, corada, acianótica, anictérica, sem febre ao toque. Sinais vitais: FR. 20 ipm, FC. 115 bpm, Tax. 37ºC. Peso = 3.410. Altura = 50,0 cm.Perímetro cefálico = 38 cm. Pulmões e coração normais. Sem hepatoesplenomegalia. Orofaringe sem alterações. A criança apresentava-se com comprometimento neurológico e motor, mas sem sinais de irritação meníngea. No exame oftalmológico apresentou placa de córioretinite em olho esquerdo, microftalmia e uveíte em olho direito. Na tomografia de crânio apresentou dilatação ventricular e microcalcificações cerebrais.

EXAMES COMPLEMENTARES: Foram realizadas reações sorológicas na criança e na mãe para sífilis, citomegalovírus, herpes simples e rubéola que apresentaram resultado negativo. Realizou-se ainda a sorologia para toxoplasmose na mãe que apresentou IgM negativo e IgG positivo e na criança, que apresentou IgM positivo, IgG positivo e com título maior que aquele apresentado pela mãe.

2 DISCUSSÃO

2.1