Mal estar na civilização, segmundo freud
1808 palavras
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O PSICÓLOGO NO CONTEXTO HOSPITALAR:UMA VISÃO PSICODRAMÁTICA
Por Maria Cristina E. Salto
I- HOSPITAL – BREVE HISTÓRICO
"O mundo fere todas as pessoas, mas depois, muitas se tornam fortes nos lugares feridos..."
Ernest Hemingway
Segundo Foucault, “o surgimento do hospital como instrumento terapêutico é uma invenção relativamente nova, datada do final do séc. XVIII”
(5). O hospital que funcionava na Europa, desde a Idade Média, não era concebido para curar.
Antes do séc. XVIII, o hospital era uma instituição de assistência aos pobres, de separação e exclusão. Como portadores de doença e de possível contágio, os pacientes eram considerados perigosos. Assim, o hospital os recolhia, protegendo a sociedade. Não era o doente que era preciso curar, mas o pobre que estava morrendo devia ser assistido, oferecendo os últimos cuidados e sacramento. Nesta época, dizia-se que o hospital era um morredouro, um lugar onde morrer. O pessoal hospitalar era “curativo, religioso ou leigo, que estavam ali para fazer a caridade que lhe assegurasse a salvação eterna”. (5).
A experiência hospitalar não incluía a formação do médico. Sua intervenção na doença era em torno da noção de crise. Na prática médica, nada permitia a organização de um saber hospitalar. Não havia intervenção da medicina, ou seja, hospital e medicina permaneceram independentes até meados do séc. XVIII.
Como se deu a transformação, isto é, como o hospital foi medicalizado e a medicina pôde tornar-se hospitalar?
O ponto de partida da reforma hospitalar situa-se através do hospital marítimo, um lugar de desordem econômica e tráfico de mercadorias trazido das colônias. O traficante se fazia doente e era levado para o hospital no momento do desembarque. Aproveitava a ocasião para esconder a mercadoria que escapava do controle da alfândega. Nesses hospitais havia ainda o problema da quarentena, isto é, da doença epidêmica que as pessoas traziam ao desembarcarem.
Como se fez a reorganização